quinta-feira, 18 de março de 2010

Manutenção da Taxa Selic: Decisão Política ou Econômica?


Na data de 17 de março de 2010, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) se reuniu para decidir o rumo da taxa básica de juros (Selic). Com opiniões divididas, venceu a manutenção da taxa em 8,75% a.a..  Contudo, isso gera discussões sobre os reais motivos para esta decisão, seria uma decisão baseada em valores econômicos ou políticos?
Muitos analistas esperavam o aumento da Selic em 0,25% ou 0,50% a.a. como ferramenta de controle da inflação, considerando o reaquecimento da economia e conseqüente aumento dos preços. Outros acreditavam na manutenção da taxa afirmando que o aumento da inflação no ínicio do ano é sazonal, e que com a alta dos depósitos compulsórios, do juro futuro,  elevação do superávit primário e o fim de desoneração tributária tendem desacelerar a economia e conseqüentemente  segurar a inflação.
O risco é que os produtos de preços livres já estão aumentando desde o início do ano, ocasionando o aumento acumulativo do ciclo econômico, e o retardo do aumento dos juros pode ser tardio considerando que o IPCA e INPC já vêm em alta nos últimos 12 meses ,batendo em 5%.
Em contrapartida, é sabido que o presidente do BC, Henrique Meirelles, se filiou ao PMDB no final do ano de 2009 e seu nome é cogitado para o cargo de Senador pelo estado de Goiás, e até mesmo para vice-presidente da candidata petista, Dilma Rousseff. Com a manutenção da taxa Selic em 8,75% a.a., Henrique Meirelles deixaria o cargo com a taxa mais baixa da história e com isso beneficiar-se nas próximas eleições.
O Copom se reúne novamente em abril, nos dias 27 e 28, provavelmente já com um novo presidente do Banco Central, e aí sim um aumento na taxa Selic é quase unanimidade entre os especialistas, já que em abril serão apresentados os dados consolidados do primeiro trimestre da economia brasileira e um crescimento em ritmo acelerado é o esperado.

Diego da Silva.
17/03/2010
Joinville, SC
www.diegosilvasc.blogspot.com

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